Nos dias 17 e 18 de novembro, como anunciamos na edição passada desta revista, celebramos o nascimento da TGCL – The Global Community for Leaders em um encontro que reuniu, em Paris, os líderes das cinco empresas fundadoras do grupo internacional: a espanhola Talengo, a francesa Alspective, a inglesa Alderbrooke e a dinamarquesa Mangaard Partners. O dinamismo desses profissionais me surpreendeu, assim como a grande abertura para a colaboração. Ocorreram rodas de negócios, apresentação de cases e nos trabalhos de grupo houve agilidade na elaboração de planos de ação que já estão em andamento.
É muito comum uma empresa preocupar-se em preservar os “segredos do negócio”, estar atenta à sua propriedade intelectual. O que aconteceu nesse encontro foi o oposto. Cada consultoria apresentou os diferenciais que tem, os pontos que precisam ser melhorados. A escuta foi ativa e muito participativa com algumas discussões abertas. A sensação é de que juntos somos mesmo mais fortes. Representar o Brasil em um grupo internacional como a TGCL para nós foi motivo de muito orgulho e honradez, o que fizemos com esmero e zelo.
Ao compartilhar plataformas de desenvolvimento com empresas renomadas internacionalmente, teremos condições de apresentar ao nosso cliente, em tempo real, soluções que acabaram de ser testadas e validadas numa outra região do mundo. Essa colaboração também será útil para compreendermos com mais rapidez como o nosso cliente será impactado em seu mercado, o que nos levará a apresentar, com assertividade, soluções para problemas que os clientes ainda nem tinham identificado.
A TGCL nos levará, ainda, a ampliar nossa eficácia na contribuição para a sustentabilidade dos nossos clientes, sobretudo, no seu desenvolvimento humano e organizacional. Tomaremos conhecimento dos desafios que mais os preocupam, como a diversidade, a crise, a falta de lideres genuínos, a falta da expertise digital que pode fazer com muitos negócios desapareçam. Partindo dessa perspectiva, conseguiremos atendê-los de forma amplamente personalizada. Se a questão é a falta de líderes, é preciso implantar um plano consistente de carreira e sucessão. Problemas relacionados à frustração e perda da motivação em um mercado em crise, atribulado e confuso, poderão ser contornados com a ajuda de consultores que viveram essa experiência e têm lições importantes para compartilhar.
Outro ponto que quero salientar é que a TGCL valoriza muito a diversidade e a inclusão, portanto nossa atitude diante das diferenças é extremamente respeitosa. Estiveram no encontro representantes de países que estão em momentos bem diferentes, do ponto de vista politico e econômico, e é natural que muitos desafios já superados por eles nos levaram a ter uma perspectiva positiva diante do momento que o Brasil enfrenta. É interessante citar que nossos colegas tiveram muito interesse e curiosidade com o que tem acontecido no Brasil, afinal, as notícias sempre chegam sob a perspectiva de quem escreve e nesse sentido há um distanciamento da nossa realidade. Não há dúvida que os países mais desenvolvidos querem ver o Brasil voltar a crescer. As pessoas continuam apostando no nosso país e apesar de certa paralisação existe sim uma perspectiva em relação a uma retomada da economia no segundo semestre de 2017.
Considero também, de extrema importância, compartilhar com você, leitor, que as exigências em relação à capacitação profissional continuam bem elevadas. Precisamos fazer o dever de casa. Somente dessa forma os executivos brasileiros vão conseguir competir com igualdade de condições em outras economias. Temos uma vantagem, pois o brasileiro é sempre bem-vindo pela hospitalidade e cordialidade. O nosso elevado grau de resiliência é admirado, o que faz do executivo brasileiro alguém especial e muitas vezes disputado em outros países. Por último, mas não menos importante: precisamos nos tornar, a cada dia, mais cidadãos do mundo.
*Por Adriana Prates – presidente da Dasein Executive Search e integrante do Conselho da AESC responsável pelas Américas.