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Se desligar do trabalho é fundamental para aguçar a criatividade

Ao observar sua timeline, é comum deparar-se com fotos de amigos em férias e registros daqueles que estão com a vida corrida devido ao trabalho. O que te interessa mais, a prazerosa viagem ou o colega workaholic? Segundo estudo realizado por docentes das Universidades de Columbia, Georgetown e Harvard Business School, o estilo “hard working” é hoje um símbolo de status mais valioso do que desfrutar de momentos de lazer.

Apesar da pesquisa ter sido realizada nos Estados Unidos, seu resultado também faz sentido no Brasil, já que vários estudos publicados pela imprensa afirmam que os profissionais (principalmente os que ocupam cargos executivos), têm reduzido os períodos de férias e descanso. Levando em consideração o grave cenário econômico, esse quadro se complica. Em muitos casos, mesmo nos poucos momentos de folga, os profissionais permanecem à disposição da empresa para emergências. Mas até que ponto esse comportamento pode prejudicar sua saúde e também seu desempenho? 

De acordo com a especialista em desenvolvimento humano e diretora da ABRH-MG, Elaine Andrade, o momento da economia está afetando não somente os executivos, mas as pessoas em geral. “Esse é um comportamento típico em cenários de incerteza. Por receio de perderem o emprego os profissionais excedem em relação à carga horária de trabalho, dentro e fora das organizações. Isso não é saudável, visto que o primeiro impacto é na saúde, tanto nos aspectos físicos, como emocionais. A pessoa que não utiliza o seu período de descanso para efetivamente recarregar as energias e relaxar, acordará cansado e um novo ciclo recomeça no dia seguinte, ainda com toda sobrecarga do dia anterior”.

A dirigente destaca que é fundamental conseguir se desligar de outras demandas para dedicar um tempo a si mesmo e a outros compromissos e interesses. Ela chama atenção para um estudo recente e inédito que investigou a rotina de aproximadamente 4 mil executivos. Conduzido pelo presidente da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein, Cláudio Lottemberg, o levantamento apontou que 70% tinham sobrepeso; 76% eram sedentários; 52% tinham taxas de colesterol elevadas; 20% eram tabagistas; 17% tinham hipertensão; 27% apresentavam altas taxas de triglicérides; e 23% tinham gordura no fígado.

“Esses dados evidenciam que há algo de errado”, alerta Andrade. Segundo ela, outros estudos revelam também que o descanso é fundamental para a saúde mental, pois amplia a capacidade criativa, ajuda na resolução de problemas e melhora as habilidades para os relacionamentos. “Não tem como pensar em ideias e soluções criativas quando estamos cansados. Mesmo que o profissional não perceba, o cansaço mental impacta no fluxo da criatividade. Ele precisa estar bem disposto para continuar trabalhando e apresentando um bom desempenho”.

É fundamental preservar o seu período fora do trabalho, um momento para dedicar-se à qualidade de vida, ressalta a especialista. “Isso, consequentemente, trará melhores resultados para sua vida profissional. Precisamos entender que o trabalhador estressado não apresentará o desempenho que as organizações esperam e necessitam. Por isso as empresas devem incentivar bons hábitos entre seus funcionários”.

Por outro lado, certos profissionais encaram as férias como uma obrigação. Para Andrade, por mais que algumas pessoas acreditem não precisar de descanso, como é o caso dos chamados workaholics, nosso corpo necessita recuperar as energias gastas, principalmente quando atuamos sob pressão. Faz-se necessário, portanto, a conscientização das lideranças para que estimulem seus subordinados a, primeiro, buscar exercer suas atividades no horário normal de trabalho, deixando as horas-extras para os casos de fatos excepcionais. Além disso, o departamento de recursos humanos deve encorajar os próprios líderes a terem atitudes mais saudáveis no seu dia a dia, uma vez que um dos fatores chave da liderança é o exemplo. “Líderes saudáveis fomentam bons hábitos nas equipes.”

Está muito tempo sem férias? Fique atento!

Depressão, ansiedade e fadiga são algumas das doenças atribuídas àqueles que estão há muito tempo sem férias, de acordo com diversas pesquisas. Elaine Andrade explica que em algum momento, a alimentação deficitária, a falta de sono adequado e que promova um descanso, o estresse, irão aparecer. Os sintomas mais comuns de que a pessoa está precisando de férias normalmente são: enxaqueca, gastrites nervosa e depressão. Além dessas doenças afetarem o desempenho do profissional, também prejudicam a qualidade de seus relacionamentos dentro e fora da empresa.

O cansaço, explica Andrade, ainda influencia no grau de atenção que um indivíduo é capaz de dar à uma tarefa durante o tempo necessário para sua execução. Nesse sentido, alguns erros podem ocorrer, esquecimentos, atrasos. “É importante o engajamento do profissional em qualquer circunstância. Em alguns períodos é necessária a realização de horas extras. Ficar à disposição em casos de alguma emergência ou situação imprevista”, destaca. Contudo, a diretora da ABRH-MG sublinha que fazer disso uma rotina é uma atitude desajustada. “A competência também requer um equilíbrio entre vida profissional e pessoal, entre os aspectos físico, emocional, mental e espiritual”.

A mente descansada é sinônimo de:

  • Mais capacidade criativa
  • Assertividade para resolver problemas
  • Maior habilidade nos relacionamentos
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