Dasein Convida: Márcia Vieira, CEO do Banco de Projeto de Impactos
“Uma grande revolução do pensamento está reconstruindo a forma de fazer negócios e seus impactos no planeta. Além dos avanços tecnológicos, mudanças climáticas, crises sanitária, política e econômica, um outro movimento está transformando o design das organizações modernas.
O renomado físico nuclear, Dr. Amit Gooswami, em seu livro “Economia da Consciência”, fala sobre a nova economia quântica, enfatizando o consumo de sentimentos, significados, valores e felicidades como bens negociáveis, o que levaria a uma sociedade consumidora mais criativa e emocionalmente positiva. “Estamos naquele momento da história em que uma era de quatrocentos anos está morrendo e outra está se esforçando para nascer, trazendo uma mudança na cultura, na ciência, na sociedade e nas instituições imensamente maior do que qualquer outra que o mundo já tenha visto. À nossa frente, há uma possibilidade de regeneração da individualidade (da criatividade), da liberdade, da comunidade e da ética como o mundo nunca conheceu, e uma harmonia com a natureza, com os outros e com a inteligência divina como o mundo nunca sonhou.” (Trecho extraído do livro “Economia da Consciência – Construindo um novo paradigma econômico a partir dos princípios da física quântica”, citado em Samitha 2011, p.90).
Seja por consciência, pressão ou sobrevivência,há uma imensa busca por inovação, diversidade e transformação. E aqueles que estão relutando ou adiando ficarão cada vez mais distantes da nova rota que se apresenta para todos: empresas, governos, líderes e profissionais. As organizações estão reaprendendo a fazer negócios e se reconfigurando rumo a uma época sem roteiros claros. As máquinas da revolução industrial tornavam tangíveis aquela grande mudança, ativos mensuráveis demonstravam para onde ia a locomotiva do então mundo novo. O movimento atual é ainda mais transformador, porém líquido, disforme, difuso e orgânico. Novos algoritmos têm orientado os mercados, em uma velocidade exponencial, modificando o modus operandi da economia planetária.
Há mais de duas décadas revitalizando organizações de diferentes portes, trabalhamos para o rejuvenescimento de empresas maduras, governos e para o nascimento de startups e negócios de impacto capazes de gerarem resultados econômicos, sociais e ambientais relevantes.
E vários sinais recentes demonstram que este é, de fato, o caminho para empresas longevas, prósperas e conscientes. Um exemplo, o ESG (Environmental, Social and Governance), que surgiu pela primeira vez em um relatório de 2005 da ONU, intitulado “Who Cares Wins”,
hoje, é forte pauta das grandes companhias e do mercado financeiro. No entanto, os sinais mais claros estão a olhos vistos nas graves questões sociais, de saúde, climáticas e econômicas das quais não podemos, enquanto empresa, líderes e cidadãos nos eximirmos das responsabilidades dos impactos causados.
E neste contexto é fundamental que as lideranças empresariais se perguntem: o que estamos entregando à sociedade com o que produzimos? Nossos consumidores tornam-se mais saudáveis a partir dos nossos produtos e serviços? A vida das pessoas fica melhor? Nossa entrega contribui para a formação dos jovens e da sociedade futura? Trabalhamos a serviço da vida? Em que estamos, de fato, investindo? Quais impactos causamos ao meio ambiente? Não basta falar de propósito, é preciso compreender as entregas. Há uma mudança clara na demanda. E não se trata de perder mercado e sim de reconhecer as extraordinárias oportunidades surgindo na nova economia.
Em nossa experiência com laboratórios para “fertilização” de projetos conectados a esta desafiadora versão do mundo, criamos “Sete Códigos para Revitalização©” tecnológica, econômica, ambiental e social, atualizando o “software” organizacional para os novos tempos, na forma e no conteúdo. O pulsar cadenciado do coração organizacional bombeia o sangue vital de estratégias, investimentos e projetos que correm nos fluxos do corpo vivo institucional. O propósito, a marca e a mente alinhados garantem um negócio com um corpo saudável, com longevidade sustentável, impactos positivos, com imunidade elevada para tempos de pandemia e crises impensáveis. E o resultado econômico das companhias dependerá, cada vez mais, do tipo de impacto externo causado.
Metodologia MVI – Multiplicar Valores e Investimentos
Sobre a autora:
Márcia Vieira é é administradora de empresas, palestrante, CEO do Banco de Projetos de Impacto – MVI Bank (www.mvibank.com.br) e consultora associada FIPECAFI-FEA-USP. Conselheira de empresas, investidora, founder e board member de negócios de impacto na área de saúde, educação e biotecnologia.