Por que o Tik Tok precisa do Jornal Nacional?
*Por Ruy Dantas
Nesses dias, espectadores do Jornal Nacional, da Globo, se surpreenderam ao ver, na chamada do programa, o TikTok como a marca que oferece o telejornal. A ideia de aparecer no jornal de maior visibilidade da Globo faz parte de uma estratégia de comunicação que a plataforma já vem conduzindo há algum tempo e que pretende ampliar a visibilidade da marca perante o público brasileiro.
Mas a televisão não estava morta? Ora, se o TikTok precisa da TV, imagine as demais marcas, sobretudo as que nasceram na velha economia e ainda estão tentando entender como funciona o digital.
Ousaria afirmar que muitas empresas perderam espaço porque não foram orientadas corretamente nessa transição.
O fato é que o digital e a televisão são importantes para se comunicar e vender. Estamos em um momento de mudança e adaptação do tradicional para o mundo digital, o que ainda é complexo para determinados segmentos. Ao mesmo tempo que crianças de dois anos já dominam a tela dos smartphones, há uma enorme quantidade de adultos e idosos que estão aprendendo a lidar com os aparelhos, além daqueles que não fazem a menor questão de aprender.
A força do trio TV, internet e rádio
A prova disso são os dados levantados pelas pesquisas que nos chegam todos os dias apontando que os meios de comunicação que as pessoas mais usam para se informar no Brasil são TV, internet e rádio. Ou seja, eles estão interligados no dia a dia das pessoas, e, a menos que haja o objetivo muito específico de atingir um público-alvo, que comprovadamente, é massivo no meio digital, deixar a propaganda tradicional de lado é uma negligência, uma perda de oportunidade.
Se você tem uma clínica médica e só pode atender dez pessoas por dia, talvez seu Instagram resolva. Uma indústria de café que precisa vender em massa dificilmente vai ganhar mercado deixando os veículos tradicionais de fora. Esse é o ponto.
Não à toa, quem vem revolucionando as conquistas espaciais é a SpaceX, e não a Boeing; quem revolucionou o uso de carros não próprios foi a Uber e não a AVIS; carros elétricos foi a Tesla, e não a GM; hospedagem foi o Airbnb, e não a rede Hilton; e os exemplos são inúmeros.
Isso porque eles entenderam o game e inovaram não só no modelo de negócios, mas na forma de colocar os produtos na mente e na ponta dos dedos dos clientes.
Aqui fica a provocação. Se sua marca não pensa assim, está na hora de entrar nesse universo para poder entender a essência da transformação digital. Omnichannel é a palavra da vez.
*Ruy Dantas é um empresário brasileiro do ramo da comunicação. Jornalista e publicitário, desde 2006 preside o Sin Group, que reúne as empresas Sin Comunicação, Ima Gestão de Imagem, Jabuticaba Digital Ideas e Keek Inteligence e emprega cerca de 100 funcionários em João Pessoa, Maceió e Brasília.