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Dasein convida: Isabela Lapa

“Viva o que você defende na rede social, defenda o que você vive”

Ela construiu uma carreira bem-sucedida no direito e, por alguns anos, a conciliou com um blog de literatura. Pouco tempo depois criou o portal Coisas de Mineiro, considerado um dos mais importantes veículos digitais sobre turismo e gastronomia do Brasil. Além do portal, ela se dedica à mentoria de marketing digital para empresas e profissionais que buscam relevância nas redes sociais. A influenciadora Isabela Lapa não para – o que é totalmente coerente com sua marca registrada: “sucesso é movimento”.

O marketing digital revolucionou o consumo, a maneira de se relacionar com marcas e fazer negócios. Isso antes da pandemia. Do ano passado pra cá, muitos movimentos digitas foram acelerados – sobretudo a interatividade, experiências em tempo real/lives, a humanização de marcas. Pensando nas tendências pós-pandemia, você acredita que esses movimentos vão se fortalecer ou serão substituídos por outras novidades. Por quê?

Isabela Lapa fundou o portal Coisas de Mineiro, um dos mais importantes veículos digitais sobre turismo e gastronomia do Brasil.

O digital é realmente um caminho sem volta. Diferente do que dizíamos tempos atrás, ele não é o futuro, ele é o presente. Quem duvida disso pode tirar um tempo para fazer a leitura do livro 21 lições do Século XXI, do Yuval Harari, e pode fazer uma pesquisa rápida na internet para descobrir que existem 99 milhões de usuários nas redes sociais, conectados em média 3h30min por dia.

Tudo isso se dá pelo formato das redes: elas trabalham pessoas, emoções e sentimentos. As lives são a concretização disso exatamente por trazerem dinamismo, leveza e impedirem a robotização.

No entanto, novidades e mudanças são a chave do digital. Elas acontecem o tempo inteiro. Acredito que teremos mudanças, mas todas nesse mesmo sentido – conteúdo interativo, autêntico e orgânico, ou seja, menos produção e mais verdade.

Não é à toa que sempre digo: viva o que você defende na rede social, defenda o que você vive.

Com o tamanho da internet hoje, um dos grandes desafios é produzir mensagens que cheguem nas pessoas, que elas se identifiquem e compartilhem. O que você considera importante para se construir um tom de voz marcante e se comunicar com elas de forma genuína?

Personalidade. A construção de uma marca de impacto exige coragem, afinal, pessoas não se conectam com marcas isentas, sem brilho e que simplesmente seguem padrões.

Isso gera algumas confusões e alguns começam a opinar sobre tudo, confundindo opinião com valores, pontos que são totalmente diversos.

Para evitar confusões e o que eu chamo de ruídos de marca, entendo que o primeiro passo para a construção da marca marcante é o trabalho de personal branding, ou seja, um trabalho de gestão de marca pessoal, para que empreendedores e empresários encontrem clareza acerca de quem eles são, qual intenção eles possuem e qual impacto eles querem gerar no mundo.

Jeff Bezzos, CEO da Amazon, tem uma frase interessante que diz que “marca é o que dizem de você, quando você sai da sala”. Sendo assim, é preciso ter controle, para não ser controlado.

De advogada com uma carreira bem-sucedida a influencer na área de turismo, gastronomia e conteúdo digital. Como foi sua transição de carreira? Quais foram seus principais desafios e aprendizados ao longo desta jornada?

Quando eu atuava com o direito eu já trabalhava com o marketing por amor. Tudo começou 10 anos atrás, com um blog de literatura, que era apenas um canal onde eu publicava resenhas de livros.

Dali surgiu um convite para participar na comunicação de uma editora e eu, curiosa e apaixonada pelo digital, aceitei. Com esse processo várias portas se abriram, vários projetos surgiram e eu me vi cada vez mais envolvida nesse universo.

Em 2015 criei o Coisas de Mineiro, o que intensificou meu contato com as redes sociais e com o empreendedorismo. Mesmo sendo feliz no direito, comecei a observar no marketing questões que faziam meus olhos brilharem, entre elas, a liberdade geográfica.

Nesse processo, confesso que fiz uma transição gradual, o que me possibilitou um planejamento financeiro. Contudo, ainda assim a decisão final foi difícil, sabe? Senti medo de deixar de lado tudo que havia construído e senti muito medo do julgamento.

Para lidar com tudo isso percebi que só tinha um caminho: ser melhor todos os dias. Fiz uma pós em jornalismo, um MBA em Marketing na USP, vários cursos na ESPM e fui me envolvendo em projetos e mais projetos.

Hoje, além do blog, trabalho com cursos em mentorias na área de marketing e branding, e já conto com mais de 500 alunas. Presto consultoria para empresas e projetos e o meu negócio está crescendo de forma gradativa, mas rápida, o que é incrível!

Acredito que o desafio que enfrento todos os dias é o de gerar impacto na vida dos outros com uma mensagem autêntica. Infelizmente o digital sofre com promessas falsas e ilusões de ganho fácil, então solidificar uma marca séria, pautada na ideia de trabalho e movimento, não é algo simples. Mas sigo firme, com clareza de onde quero chegar.

Hoje defendo que “Sucesso é Movimento” e com isso me movimento todos os dias.

Pensando nos profissionais que ainda não se despertaram para a importância do marketing pessoal e presença nas redes sociais, qual conselho você daria para incentiva-los a fazer parte deste universo?

O digital não é uma porta, ele é um microfone que leva a sua voz para milhares de pessoas e faz com que elas batam na sua porta. Não existe caminho fora da internet e independente da audiência ou do volume de pessoas, sua autoridade é construída o tempo todo, a cada publicação.

Comece agora, com o que tem em mãos, e entenda que é uma construção. O terreno é fértil e no Brasil apenas 3% das empresas investem em anúncio no Google, o que mostra que a hora é agora, isso está apenas começando.

Não tenha medo do novo, abra seu olhar pra ele, afinal, nada mais importante para um empreendedor que a capacidade de acompanhar e se apaixonar por tendências.

Especialistas afirmam que, nas redes sociais, “Diferente pode ser mais estratégico do que tentar ser melhor”. Você concorda com esse raciocínio ou não acha que é bem por aí? Por quê?

A internet é a extensão da vida real, isso é o que precisa ficar claro. Sendo assim, o crescimento digital acontece por grupos de interesse, exatamente como eram formados os ciclos de amizade no colégio e na vida. O melhor para o grupo X é um total desconhecido para o grupo Y, entende? Por isso entendo que o foco é o seguinte: ser melhor a cada dia, usando como comparativo apenas você.

A estratégia é a base disso tudo, porque ela dá segurança, direção e claro, velocidade. A internet é para todos, mas não basta postar, é preciso entender o que postar, qual a razão de postar, qual o impacto de cada publicação e quais elementos vão contribuir para que ela seja uniforme e construa a percepção certa na mente do outro.

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