Pense nas empresas que têm boas conexões com você. Mais do que pela excelência em serviços ou produtos, você também tem uma relação forte e emocional com elas. Para alcançar esse nível de envolvimento, essas empresas provavelmente trabalharam bastante para criar uma cultura interna capaz de refletir a cultura externa de cada uma delas.
Nos Estados Unidos, a Zappos Shoes se mostra um ótimo exemplo do que é construir cultura e fortalecer o seu envolvimento com seus funcionários e clientes. Eles são tão empenhados nisso, que oferecem US$ 5.000,00 para qualquer um que queira deixar a empresa ao fim do período de treinamento. Se um bônus for maior que o comprometimento com a marca é importante que seja informado desde o início da relação.
O processo de desenvolvimento cultural é mais do que um plano tático – é uma camada mais profunda que toca as emoções e os sentimentos mais íntimos da natureza humana. Até mesmo nos tempos difíceis da minha experiência como prisioneiro de guerra no Vietnã, os nossos líderes criaram instintivamente uma cultura vitoriosa para manter o nosso comprometimento e envolvimento. Como isso aconteceu?
Fazendo valer o seu cargo de oficial superior nos campos no início dos anos, o tenente coronel Robbie Risner não perdeu tempo, e nos propôs diretrizes simples e diretas: “Estou no comando e isso é o que eu quero que vocês façam: sejam bons cidadãos americanos. Vivam pelo Código de Conduta. Resistam a qualquer custo, sejam fortes e resilientes. Rezem todos os dias. Voltem para a casa com integridade”. As ordens do Sr. Risner se espalharam rapidamente através dos campos por meio de mensagens secretas, deixando clara a nossa missão, visão e valores para o que viria a ser uma longa guerra.
Culturas corporativas são modeladas pelos valores e crenças estabelecidos por líderes e compartilhados pelas pessoas e grupos dentro das organizações. Culturas positivas aumentam a motivação, o trabalho em equipe e o comprometimento. Ao entender claramente os estilos de trabalho e os padrões comportamentais, as pessoas podem focar os seus talentos e energias em objetivos comuns. Um modo de pensar unificado também permite que as pessoas possam trabalhar de maneira independente, sem perder o alinhamento do conjunto. Para se estabelecer uma cultura, são necessários clareza, comprometimento e criatividade:
- Clareza sobre a visão, missão, valores e políticas operacionais: não economizar na comunicação é a chave para a clareza – compartilhar as ideias várias vezes, de maneiras diferentes.
- Comprometimento com a missão institucional e princípios definidos: um princípio base no ambiente militar é a atitude “Seja responsável, sem justificativas”. Quando se cria uma atitude que permite que as pessoas tenham uma sensação de engajamento e aceitem as suas responsabilidades de forma saudável, o nível de comprometimento também aumenta.
- Criatividade para tornar a cultura especial e convincente: de quais maneiras você pode tornar o processo de construção da cultura mais divertido e emocional? Pense em algo que vá além de um simples conjunto de regras e diretrizes.
Uma vez que você tiver a cultura bem definida, ela deve ser comunicada de maneira fervorosa e constante, até que todos na instituição entendam e comprem a ideia. E qual é o retorno de se aumentar o comprometimento dos funcionários e de se criar uma cultura positiva?
Instituições que comprometem os seus funcionários aumentam os seus ganhos mais de 2,5 vezes mais rápido do que as outras instituições. Além disso, equipes “otimizadas” dentro das instituições – aquelas que alcançam o comprometimento com funcionários e clientes – geram um aumento de 240% da performance financeira se comparadas às equipes que não trabalham neste mesma direção.
A criação da cultura é um processo emocional que gera bons resultados estratégicos e táticos. E você, o que tem a dizer sobre a sua experiência e estratégias para criar uma cultura vitoriosa?
*Por Lee Ellis – presidente do Leadership Freedom. Tem reconhecimento em âmbito nacional como consultor, palestrante e coronel reformado da Força Aérea Americana. Sua última obra publicada, em setembro deste ano, “Engage with Honor: Building a Culture of Courageous Accountability” trata de sua experiência como prisioneiro de guerra no Vietnã