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O avanço da energia solar no Brasil e as oportunidades para o mercado executivo

Apesar do Brasil ter vivido em 2016 uma das piores recessões de sua história, muitos setores despontaram e aumentaram suas receitas, como foi o caso da energia solar fotovoltaica. Nossos objetivos na área foram alcançados com projetos crescendo por todo país, sejam realizados de forma independente ou por meio de recursos públicos. As revisões da resolução da ANEEL 482, em novembro de 2015, passando a vigorar em março de 2016, determinaram novas possibilidades para a geração de energia elétrica distribuída, representando um grande ganho para que o setor pudesse evoluir e colocar em prática várias ações.

No campo da energia renovável, as perspectivas para 2017 continuam sendo boas ou ainda melhores. Dados divulgados neste mês pela Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), com base nas projeções feitas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os projetos para a área podem chegar a 25 gigawatts (GW) em potência instalada até 2030, sendo 17GW de geração centralizada (usinas de grande porte) e 8,2 GW de geração distribuída (em casas, edifícios comerciais e públicos, condomínios e na área rural, como em fazendas). Isso equivale a quase três Itaipus representando um investimento na casa dos R$ 125 bilhões.

Hoje já estão em andamento 111 projetos, dos quais 12 em construção, com um total de 346 mil quilowatts (KW), e outros 99 empreendimentos que ainda não foram iniciados, de 2.634.397 KW. A Absolar estima que, já em 2018, a participação da energia solar na matriz energética ficará entre 2% e 3% contra 0,02% registrado em 2015.

Boas oportunidades se voltam para o mercado executivo

Os ventos favoráveis para a energia solar no Brasil estão contribuindo também para a dinamização e o reaquecimento da economia nacional, além de criar uma forte demanda por executivos e abrindo novas oportunidades para empresários de campos diversos.

Como o setor tem atraído cada vez mais investimentos internacionais, o número de fábricas e empresas que produzem e desenvolvem componentes ligados a área não param de crescer. Destaco, por exemplo, a Canadian Solar, uma das maiores empresas globais do segmento de energias renováveis, que acaba de inaugurar uma fábrica de painéis solares em Sorocaba, no interior de São Paulo. E não para por aí, também temos registrado no país uma forte presença de empresas chinesas como o grupo BYD Energy – o maior fabricante de baterias e veículos elétricos do mundo – que abriu uma nova sede em Campinas, gerando trezentos postos de trabalho.

Um estudo levantado pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em Inglês) revela que o Brasil já é o segundo país que mais cria vagas relacionadas à energia limpa graças, principalmente, às fontes de biomassa e hídricas muito abundantes em nosso território. Muitas dessas vagas estão destinadas, sobretudo, aos executivos com experiência na área industrial, de qualidade, manufatura, infraestrutura e de sustentabilidade, que entendam do mercado e suas peculiaridades.

Os profissionais da alta gerência devem ficar atentos ao mercado de São Paulo e Rio de Janeiro onde as matrizes das empresas se concentram e por isso há um número elevado de contratações. Há uma forte procura também no Nordeste, onde estão localizados os maiores parques de energia eólica, outra fonte renovável que vem registrando grande avanço.

Como o setor solar tem crescido cerca de 300% ao ano no Brasil, acredito que outra possibilidade de atuação seja em projetos de Minegeração Fotovoltaica, na modalidade de geração compartilhada, onde um grupo de pessoas ou empresas se juntam na forma de cooperativa ou consórcio, para construir uma usina centralizada de até 5MW de potência e gerar energia para uso próprio. Este é um segmento que tem demandado por executivos das carreiras gerencial e técnica.

A formação básica normalmente requerida do executivo é em engenharia elétrica, mecânica ou de produção, mas como já mencionei, há espaço para administradores e economistas. É importante possuir um perfil de líder, ter conhecimentos de legislação e do mercado internacional. O profissional também precisa ser inovador ou alguém que entenda um pouco do tema. O setor de energia solar é uma indústria nova e que atua com produtos de alta tecnologia.

Embora tenhamos uma escassez de cursos de graduação totalmente voltados para a área, existem pós-graduações em energias alternativas ou sustentabilidade distribuídas pelo Brasil que podem ajudar neste novo mercado crescente. Hoje as empresas também tentam preencher essa lacuna ofertando seus próprios programas de qualificação.

Como nos Estado Unidos, China e Europa as tecnologias alternativas de geração de energia, principalmente a solar e a eólica, são bem mais difundidas é importante também buscar experiências e capacitações internacionais. Existem várias universidades que oferecem cursos de curta duração e até mesmo on-line. Destaco ainda a importância do conhecimento de idiomas estrangeiros, muito útil para se comunicar com engenheiros e técnicos de outros países. Neste quesito saber mandarim é fundamental devido à quantidade de investidores chineses que têm atuado no Brasil. Outro ponto que considero essencial é a mobilidade. O executivo que pretende atuar neste ramo tem que ter disposição e disponibilidade para viajar ou até mesmo mudar para lugares afastados.

O setor solar é a energia da vez e está crescendo de forma exponencial no Brasil. Para quem deseja ingressar na área ou mesmo aprimorar os conhecimentos, essa é a hora.

*Por Luciano Vinti – engenheiro solar, fundador e CEO da Solsist Energia

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