Oscar mais diversificado
Com a lista mais plural da última década, a principal festa do cinema mundial traz, em 2017, menos estereótipos e uma dose extra de diversidade. É interessante notar que todas as categorias artísticas incluem produções que fogem aos padrões e refletem, de algum modo, os diferentes aspectos da sociedade americana. É o caso, por exemplo, dos filmes “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, “Fences”, “A 13ª Emenda” ou “I Am Not Your Negro”. Outro ponto positivo foi a diversidade de autores, atrizes e atores negros que ampliaram fortemente suas presenças na lista de indicados.
Fogueira das Vaidades
A primeira obra de ficção do consagrado repórter norte-americano Tom Wolfe faz uma interessante crítica às camadas da sociedade e suas hierarquias. A partir de um acidente com contornos trágicos, ele descreve com ironia os extremos que marcam os mais variados estilos de vida. É uma espécie de história de sucesso ao avesso, envolvendo realidades bem diferentes como um sujeito pobre morador de um violento conjunto habitacional no Bronx, um funcionário público da classe média, um jornalista deslumbrado que busca rápida ascensão social e um alto executivo morador de Park Avenue. Apesar de ser ambientado na Nova York da década de 1980, o romance rende ótimas discussões em boa parte do mundo.
Kind of Blue
Marco definitivo da história do Jazz, o álbum Kind of Blue, de Miles Davis, é daquelas obras que precisam ser revisitadas constantemente. Gravado em 1959, em Nova York, o disco foi feito por um time dos sonhos: o pianista Bill Evans, o baixista Paul Chambers, o baterista Jimmy Cobb, os saxofonistas Cannonball Adderley e o gênio John Coltrane. Não é a toa que o álbum é considerado pela crítica uma referência revolucionária para a música. A cada nova audição, mais nuances, potência e beleza. “É o disco que tem o poder de silenciar tudo ao seu redor”, como disse o escritor Ashley Kahn, que assina uma biografia inteiramente dedicada ao álbum.
Cozinha sem regras
Para os amantes da gastronomia, saber mais sobre as diferentes culturas alimentares, novos ingredientes e tendências culinárias nunca é demais. O que importa, de fato, são as descobertas de sabores, as delícias da variedade e os pequenos prazeres cotidianos da cozinha livre. Esse é o raciocínio da cozinheira e escritora inglesa Ruby Tandoh, que vem reunindo um número crescente de fãs em diversos países. Autora do livro “Flavour: Eat What You Love”, colunista do periódico The Guardian e da revista Vice, ela defende com unhas e dentes a importância do prazer na alimentação e a necessidade de observar com senso crítico os modismos e certos ditames do mundo gastronômico.
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