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Executive search e a liderança responsável

Práticas do executive search têm impulsionado a responsabilidade social e ambiental

 

O grupo global de origem inglesa EMA Partners, do qual a Dasein é associada, promoveu recentemente um encontro em Dubai, nos Emirados Árabes, reunindo lideranças que representam os mais de 30 escritórios membros espalhados pelos cinco continentes. Representando o Brasil, participaram a CEO Adriana Prates e o diretor Daniel Rezende.

A imersão representou um momento rico de aprendizados e a oportunidade de construir uma agenda para o setor de executive search nacional e internacional. Entre os principais highlights dos debates, ganhou destaque o crescente compromisso das empresas de executive search em ampliar a participação de mulheres na alta gestão e conselho das empresas. Segundo Prates, foi enfatizado no evento que organizações que têm características femininas como flexibilidade, sensibilidade e resiliência estão mais preparadas para lidar com os desafios de um mundo fraturado por tantas incertezas e aumento da complexidade.

Temas ligados à tecnologia também tiveram destaque. “Todos nós estamos vivendo e nos moldando à luz da inteligência artificial e isso reflete nas empresas. A IA está assumindo um crescente protagonismo na história, criando tendências a partir da relevância dos algoritmos. É fundamental nos atentarmos a esse fato e buscar maneiras de entende-lo de forma aprofundada. Caso contrário, nos tornamos estrangeiros de nós mesmos.”

Novos caminhos para o mercado da mineração e energia

Ainda entre os destaques do evento global, um assunto de extrema importância para o mercado brasileiro: os caminhos da indústria ligada a recursos naturais, como a mineração e a energia, e o papel do executive search para impulsionar as mudanças necessárias. Tendo em vista que os principais fundos de investimento do mundo exigem atendimento às regras ESG e há uma crescente pressão dos consumidores e da opinião pública por ações que envolvam responsabilidade social e ambiental, empresas com visão de futuro encaram esse movimento como uma oportunidade para promover mudanças reais, além de ressaltar a sua importância para o desenvolvimento da humanidade.

Adriana Prates é CEO da Dasein EMA Partners Brazil

A mineração, por exemplo, é essencial para a fabricação de componentes da área da saúde (remédios e equipamentos), da tecnologia (smartphones e computadores), entre tantos outros. No campo da energia, os avanços na renovação de insumos promovem cada dia mais eficácia energética para o mundo. Mas para garantir sua importância e longevidade, há um consenso sobre a necessidade de incrementar investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias.

Entre as mineradoras brasileiras, o pacto é aumentar em 53%, até 2030, os investimentos e P&D Tech. Segundo Adriana Prates, esse momento é muito propício para a indústria da mineração e energia promover mudanças reais quando se fala de ESG e muitas delas estão apresentando, com transparência, um planejamento da implantação de medidas ligadas à responsabilidade social e ambiental. “A tendência é que as empresas que se sentem ameaçadas por isso sejam excluídas naturalmente do mercado e aquelas que encaram como uma oportunidade para aumentar a produtividade e o crescimento, ganhem destaque e consigam deixar operações seguras e promissoras para o futuro.”

Ela frisa: “quando as empresas decidem fazer mudanças para estarem ao lado do meio ambiente, há um ganho para o ecossistema, para a corporação e para todos os colaboradores. Não existe mais a possibilidade de ter um negócio bem-sucedido que não tenha isso mente, então nesse momento, as empresas precisam estar muito atentas e com a consciência de que irão colher os frutos se agirem de acordo com o ESG.”

Um olhar sobre práticas na África a Ásia

Para ampliar a análise sobre os caminhos do mercado global da mineração e energia e o papel do executive search no setor, ouvimos, além de Adriana Prates, representando o Brasil, os líderes da EMA Partners na África do Sul, Índia e Ásia, respectivamente Chris Hardy e K Sudarshan – lideranças que atuam nas principais regiões do globo ligada à indústria de recursos naturais.

Segundo Hardy, por quase duas décadas, as empresas de mineração que operam na África têm investido pesadamente em novas tecnologias, em pesquisa e desenvolvimento. Existem três motivadores principais para este investimento. O primeiro é segurança. Todos os tipos de mineração, mas especialmente a mineração de rocha dura em nível profundo, apresentava vários riscos para os operadores humanos no passado. Hoje, brocas robóticas de perfil ultrabaixo, pás e outros equipamentos como drones são controlados por pessoas localizadas a uma distância segura.

O segundo investimento é em eficiência e produtividade. Equipamentos de escaneamento de rochas de alta tecnologia podem ver a rocha e o corpo de minério por trás da face óbvia da rocha. E em terceiro vem o ESG com novas tecnologias, incluindo o uso de veículos elétricos de mineração, para ajudar a reduzir a pegada de carbono. “Nosso conselho às empresas de mineração e energia é reavaliar suas operações e identificar como as novas tecnologias podem ser aplicadas para melhorar radicalmente a segurança, a produtividade e a sustentabilidade.”

Chris Hardy é CEO da EMA Partners África do Sul

Em grande parte da África, afirma Chris Hardy o imperativo ESG global, impulsionado pela comunidade de investimentos, resultou em sua adoção por atacado por empresas de mineração. “Atualmente, a energia da maioria dos países é fornecida por combustíveis fósseis, principalmente carvão, e os governos estão, portanto, se comprometendo a fazer a transição para soluções de energia renovável até 2040-2050. Mesmo onde o Estado monopoliza a produção de energia, a política foi alterada para incentivar o fornecimento privado de energia solar, eólica e hídrica.”

Todas as grandes mineradoras elevaram os líderes de seus departamentos ESG à diretoria. Esses executivos estão demonstrando que, ao cumprir os novos imperativos ESG, suas empresas estão se tornando mais lucrativas e podem garantir um modelo de negócios mais sustentável.

Segundo K Sudarshan, CEO da EMA Partners Índia e presidente regional da entidade na região asiática, globalmente, as principais economias estão buscando segurança energética e material, já que a demanda por recursos naturais está aumentando em todo o mundo em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, fatores como a mudança climática e o aquecimento global estão desempenhando um papel fundamental para moldar o futuro do setor.

“As empresas estão investindo na eficiência através da implantação de novas tecnologias que consomem menos energia e hoje a maioria das empresas de recursos naturais são grandes defensoras da energia renovável. Por exemplo, em um país como a Índia, com uma abundância de recursos naturais, há um maior senso de responsabilidade entre os principais operadores que estão focados na utilização de energia limpa para impulsionar suas operações. Em 2022, as empresas indianas atraíram mais de US$ 15 bilhões de investimentos em energia renovável, um aumento de 125% em relação ao ano anterior.”

Ele ressalta que os fundos temáticos ESG estão aumentando a aposta na região e, de acordo com um relatório recente, somente a Ásia terá cerca de US$ 3,3 trilhões em ativos ESG sob gestão até 2026. “Esta será a região de crescimento mais rápido do mundo, e vemos um foco significativo em setores como mineração e recursos naturais. As empresas do setor estão se preparando para se tornarem compatíveis e atraentes para esses investidores.”

O executivo explica que a maior parte do setor de mineração é controlado pelo Estado, mas a participação do setor privado aumentou nas últimas duas décadas. “Estamos vendo agora o surgimento de empresas de mineração em escala global que emanaram da região, especialmente da China e da Índia. Dada a abundância de recursos naturais nesses países, só podemos esperar um aumento significativo dos investimentos em todas as áreas.”

As empresas de mineração, notadamente nesta parte do mundo, têm investido recursos substanciais em atividades de desenvolvimento da área e da comunidade. Além disso, fizeram investimentos em áreas aliadas, especialmente na educação primária, moradia e meios de subsistência para as comunidades deslocadas. Ainda, muitas delas contribuíram para a construção da infra-estrutura local e se associaram ativamente com os governos. As empresas ao longo dos anos têm dedicado equipes e recursos monetários para apoiar as atividades de desenvolvimento da área local e o envolvimento com todas as partes interessadas no ecossistema.

Mobilidade global

De acordo com K Sudarshan, a região asiática testemunha uma maior mobilidade global entre executivos. “Muitos de nossos clientes têm um grande grupo de gerentes expatriados com mobilidade global. Executivos sêniores em mercados como Houston, Calgary, Perth e Cidade do Cabo agora estão favoravelmente inclinados a considerar oportunidades na Ásia e na África.”

Outro aspecto a ser considerado, segundo Sudarshan, diz respeito à atração de recém-graduados para o setor. “A indústria de recurso naturais será amplamente regida por sua capacidade de infundir novos talentos, o que evitará a canibalização de recursos e otimizará os investimentos e custos com as pessoas.”

Líderes com foco na regeneração

Executivos da indústria da mineração e energia estão liderando transformações que prometem ser uma tendência. Produzir energia renovável, para incluir a fonte nos planejamentos estratégicos das empresas e torná-las autossustentáveis energeticamente, é um exemplo. Esse é o caso da Largo Inc, lidera por Paulo Misk, e da Atlantic Nickel e Ferbasa, empresas com atuação no Brasil.

K Sudarshan é diretor da EMA Partners Índia e presidente regional na Ásia

Segundo Adriana Prates, as lideranças têm uma enorme responsabilidade de conduzir práticas para regenerar territórios e pessoas. “As lideranças precisam integrar as comunidades de forma social, econômica, cultural e fazer com que aquela região cresça juntamente com a empresa. Além disso, podem contribuir para que as leis ambientais e de segurança sejam cumpridas e assim, terão uma relação de colaboração que trará ainda mais benefícios para a corporação.”

Chris Hardy, líder da EMA Partners África do Sul, cita atitudes de executivos na região que se mostram um exemplo para outros países. “O CEO da Vedanta Resources, Sunil Duggal, está impulsionando o estabelecimento de usinas de energia renovável em suas operações de mineração e metais em todo o mundo. Na Anglo American Platinum, a CEO Natascha Viljoen está liderando o desenvolvimento de veículos de mineração movidos a hidrogênio, em joint venture com produtores de hidrogênio recém-estabelecidos.”

De acordo com ele, em todo o país, as empresas de mineração estão construindo e operando usinas de energia solar fotovoltaica e de armazenamento de energia por bateria para fornecer energia 24 horas por dia para suas minas e usinas de processamento. “As empresas de executive search estão trabalhando em estreita colaboração com seus clientes para reorientar as estratégias de busca, identificar e atrair talentos que adotaram o ESG e que sabem como orientar e transformar as organizações que lideram.”

 

 

 

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