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Como alcançar o topo?

Vontade de fazer a diferença, desenvolver-se, alcançar mais sucesso e, um dia,   ocupar a liderança de uma grande corporação. Esses são alguns dos desejos de muitos profissionais. Porém, em um mundo extremamente competitivo e exigente, essa vontade não é algo tão acessível. A busca pela oportunidade dos sonhos requer muito esforço e planejamento para reunir as habilidades e competências exigidas pelo mercado. Afinal, como dar início ao percurso que te levará ao topo?

Para Gustavo Neves, consultor de negócios da Dasein no Nordeste e professor associado na Fundação Dom Cabral, o primeiro passo é ter claro o que significa “alcançar objetivos”. Ao enxergá-los fica mais fácil definir como chegar e que direção seguir, ele explica. É algo que parece ser simples, mas exige foco e muita determinação. “Assim como precisamos ter um propósito bem definido nas empresas e na nossa vida pessoal, com nossa carreira não é diferente”. E o caminho, claro, passa por muito estudo, muita qualificação, perseverança e crença nos objetivos. “É preciso buscar experiências relacionadas com as metas futuras, algo que traga vivência e amadurecimento pessoal e profissional. Apesar de não existir uma fórmula única ou mágica”.

Compartilhando dessa visão, a consultora organizacional Beatriz Delgado reitera que a melhor forma de planejar uma carreira de destaque é ir em busca daquilo que a pessoa gosta. “É preciso ter identidade com o que fazemos independente do que as pessoas falam ou do que o mercado impõe. Para mim, o verdadeiro sucesso só é conquistado quando apostamos no que amamos. Quando temos essa visão clara, é possível traçar um bom caminho dentro da organização”.

Caminhos que levam ao topo

As constantes mutações do mercado têm demonstrado que somente o conhecimento acadêmico não garante uma posição de destaque na carreira. Gustavo Neves aposta, por exemplo, em uma composição de características pessoais, conhecimento técnico e vivência profissional. Como habilidades requeridas pelas empresas, ele destaca a gestão de pessoas, administração de conflitos, maturidade para tomar decisões, visão estratégica e a excelência profissional. “A liderança precisa ser guiada por princípios e valores universais dos quais ressalto a integridade, ética, senso de cooperação e bondade. Nesse novo cenário apenas a ‘orientação para resultados’ não basta, pois é preciso gostar de pessoas”.

‘Gostar de pessoas’ também é uma característica exaltada e defendida pela consultora Beatriz Delgado. De acordo com ela, um grande líder é aquele que tem a competência de oferecer às pessoas a oportunidade de se desenvolverem e crescerem, que sabe se colocar no lugar do liderado. “É preciso ter uma grande capacidade de relacionamento interpessoal e saber construir um ambiente saudável e de respeito na equipe. O líder deve estar atento ao outro, conhecer e descobrir os seus talentos, além de respeitar as características individuais e as diferentes formas de contribuições dos integrantes da equipe. Quando acreditamos nas pessoas, provavelmente teremos condições de nos relacionar de forma afetiva e efetiva com o outro”.

Beatriz diz ainda que o profissional deve somar às características citadas o  investimento em um coaching de carreira que tenha como questão central o processo de autoconhecimento profissional, pois esse é o ponto de partida para qualquer pessoa. “O coaching valoriza as características positivas do indivíduo  e a partir dessas forças a pessoa poderá melhorar ou neutralizar os seus pontos críticos”.

Liderança e suas implicações

Muitas vezes o desejo de chegar ao topo é guiado pelos vultuosos salários, pelo poder, mas, é bom lembrar, sempre há o outro lado, bem menos fascinante. Neste sentido, Gustavo Neves observa ser líder quase sempre significa ter mais responsabilidades e sofrer mais pressão. E aqueles que são guiados apenas pelo salário têm mais dificuldades com esta realidade. Para ele, um alto executivo deve estar preparado a correr risco, viver intensamente uma situação, ter uma postura de valorizar o coletivo e não questões individuais.

Segundo Neves, o pensamento do líder precisa ser mais complexo, exige uma visão holística, estratégica e tática do que o profissional operacional. O líder é mais inspiração e trabalho mental do que transpiração e trabalho braçal. Outro aspecto que merece ser levado em conta é a questão pessoal, pois sem dúvida um cargo de liderança envolve mais dedicação às atividades profissionais em detrimento da vida pessoal e familiar.

Quando se trata das implicações que envolvem um cargo de liderança, a consultora  Beatriz Delgado chama atenção para o fato de saber lidar com o poder dentro das organizações. Ela enfatiza que não se pode ser ingênuo e querer crescer em uma organização a qualquer custo. É preciso avaliar os diversos aspectos com um olhar profissional e ético para saber até que ponto o profissional está disposto a assumir certos riscos e responsabilidades.

“Ressalto a importância de conhecer muito bem a empresa e avaliar que tipo de investimento será necessário para que não se pague um preço muito alto, já que a saúde mental e emocional acabam ficando comprometidas. Por isso, o autoconhecimento é tão importante, uma vez que o foco da liderança não é o próprio sucesso pessoal, mas sim a arte de formar e desenvolver pessoas”, sublinha.

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