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Quer ser um líder extraordinário? Aposte na humildade

Quando pensamos na imagem de um grande líder, muitas vezes, o que vem em nossa mente é a figura de um indivíduo forte, poderoso, assertivo e duro nas negociações. No dia a dia do trabalho acostumamos até mesmo com suas “explosões” e discussões em voz alta (que beiram a arrogância), acreditando que tais atitudes evidenciam apenas o esforço e dedicação na realização de suas atividades. A humildade, neste contexto, é raramente associada a um líder determinado e eficiente, para muitos ela é sinônimo de fraqueza, característica inaceitável num gestor de sucesso.

Porém, um estudo da consultoria Catalyst, aponta na direção contrária: a humildade é um traço essencial para exercer a liderança positiva e obter ótimos resultados. A pesquisa avaliou 1,5 mil funcionários de empresas da Austrália, China, Alemanha, Índia, México e Estados Unidos e revelou que essa atitude gera confiança, dá sensação de poder a subordinados, encara fracassos como desafios e desenvolve espírito de equipe. Além disso, segundo os autores, a humildade permite ao líder entender as próprias forças e fraquezas (assim como as dos outros), minimizando o foco em si mesmo e dirigindo-o para objetivos mais estratégicos.

Essas conclusões também foram ratificadas pela consultoria de liderança Bates Communications, que, ao longo de quatro anos, realizou um estudo com executivos de vários países, elegendo a humildade entre as principais qualidades demonstradas por um líder (e isso independentemente da nacionalidade). Mas a verdadeira humildade, destaca a consultoria, também requer um equilíbrio com a autoconfiança: o líder deve ter a capacidade de projetar sua presença numa reunião e saber coordenar as ações dos outros.

Para a consultora da Dasein, Daniella Cançado, o autoconhecimento é a verdadeira chave para desenvolver a humanização da gestão. “O líder que tem consciência de suas potencialidades e dificuldades, tende a assumir um papel mais humano, ‘pé no chão’, no qual é possível se reconhecer nos outros. A relação com a equipe passa a ser mais de influência e troca, do que de imposição e cobrança”, diz. Ela destaca que a humildade na liderança não significa esvaziar-se da responsabilidade e do comando, mas trata-se de evitar que o status de líder torne a relação com a equipe distante e impessoal. “Um líder humilde literalmente tem que ‘descer’ ao nível da equipe, buscar conhecer os gaps de cada um. Esta atitude resultará em um material riquíssimo para ser explorado, não só no sentido da busca pela excelência, mas também de desenvolver as pessoas, o compromisso coletivo, o engajamento e a motivação”.

Corroborando com a consultora da Dasein, o superintendente da Vallourec, Fabrício Vieira, afirma que humildade é se colocar no seu próprio lugar. Nem acima e nem abaixo. É reconhecer os próprios erros e buscar repará-los. É ouvir os liderados e considerá-los. É pensar no bem estar da equipe mais do que em títulos e reconhecer que há ainda muito o que se aprender. “A liderança legítima é aquela conquistada pelos exemplos, com atitudes e comportamentos, muito mais do que pelos discursos. Uma pessoa que faz o que fala e que considera o outro é um belo exemplo a ser seguido, é admirado. Como consequência a equipe será leal ao seu líder e a sua admiração será refletida no seu engajamento para o trabalho. E, diante das incertezas e dificuldades, as pessoas, motivadas e estimuladas, sentem mais vontade de inovar no dia-a-dia”, sublinha.

Gerente de RH e administrativo da Largo Resources, Fábio Silva, chama atenção para uma questão fundamental. “Ser humilde não é ser subserviente. Humildade é enxergar o outro como igual, saber lidar com críticas e oposições, admitir erros, compartilhar conhecimentos com o time e usar mais o ‘nós’ e menos o ‘eu’”, pondera.

Liderança humilde x gestão fraca

Existem diferenças entre ser um líder humilde e um gestor fraco e, por isso, é preciso estar atento a elas. Na visão da consultora Daniella Cançado, o líder humilde lida bem e trata a diferença de opiniões e posicionamentos de forma positiva. “Ele consegue se desvencilhar da necessidade de se afirmar em um papel hierarquicamente superior e permanece aberto para criticas e opiniões diversas. A partir desta troca, consegue criar soluções e potencializar resultados de forma participativa”.

Já o gestor fraco, na opinião do superintendente Fabrício Vieira, é normalmente permissivo, com baixa argumentação e inseguro das suas opiniões. “Ele não se posiciona para não assumir a responsabilidade – põe a culpa no outro. Ele não erra, se justifica”.

Empresas valorizam aspecto empático de seus gestores

O perfil de liderança humilde tem se mostrado tão benéfico às empresas que grandes organizações como o Google já estão atentas a esse aspecto. Em entrevista ao jornal The New York Times, o vice-presidente sênior de gestão de pessoas, Lazlo Bock, lembrou que a humildade é um dos fatores mais avaliados nas novas contratações.

Para quem deseja seguir esse estilo de liderança, a consultora da Dasein, Daniella Cançado, sugere: “valorize resultados coletivos e promova a abertura na comunicação”. De acordo com ela, a organização que fomenta este tipo de liderança precisa praticar a comunicação bilateral. O líder passa não mais a atuar como disseminador de informação e conhecimento e torna-se um canal de escuta para tudo aquilo que a equipe pode acrescentar para o desenvolvimento da organização. A participação deve ser valorizada para que o sentimento de ‘dono’ cresça entre os colaboradores. “Neste modelo de gestão, as pessoas passam a acreditar que são úteis, podem e devem contribuir de alguma forma para os resultados e melhorias. Isto é motivador e potencializa resultados”, garante.

Na Vallourec, de acordo com Fabrício Vieira, todos os anos são realizados treinamentos com a liderança que envolvem, entre outros temas de gestão, a empatia – ainda que de um modo indireto. “Este tipo de prática aproxima o líder da realidade do liderado. As decisões tornam-se mais assertivas e o desenvolvimento dos demais membros da equipe, dos liderados, torna-se mais efetivo”, explica.

Fábio Silva, da Largo Resources, conta que, além do programa de desenvolvimento de líderes, implantado em 2016, onde é trabalhado temas relacionados a valores organizacionais, há duas outras ferramentas de comunicação na empresa: o Voz Ativa (Programa de Sugestões) e o Café com o Presidente. O objetivo dessas iniciativas é incentivar a participação dos funcionários da gestão da empresa e construir uma relação de confiança e transparência. “Acredito que as organizações têm um papel fundamental na criação do perfil de um líder humilde. Ao tratar os funcionários como um ativo, não com um recurso, os resultados tendem a aparecer mais rapidamente”, pondera.

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