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Os executivos são à prova de crise?

Enxergar possibilidades em cenários turvos é uma habilidade que faz parte da vida executiva. Eles, como ninguém, têm a capacidade de atravessar obstáculos e guiar empresas em caminhos tortuosos. Mas de uns tempos para cá, as reviravoltas político-econômicas vêm desafiando, inclusive, os executivos. Segundo pesquisas do Valor e Estado de S. Paulo, desde 2015 há um maior número de demissões no alto escalão, o tempo para reposicionamento cresceu e a remuneração encolheu. Afinal, nossos executivos estariam preparados para essa crise? Ou seriam as empresas que não estão dispostas a investir em profissionais de alto nível e querem apenas cortar custos?

Para a consultora da Dasein Executive Search, Daniella Cançado, as empresas  estão equilibrando esses dois vetores ao reduzir custos, tirar cargos pouco expressivos e manter os melhores nos cargos mais estratégicos. “A tendência é a escolha por profissionais de alta performance que dão resultados compatíveis com a remuneração”, diz. Segundo ela, a grave crise política e econômica no Brasil e fatores externos como queda acentuada do valor das commodities, desaceleração do crescimento da economia chinesa e dos países desenvolvidos, entre outros  fatores, mostram-se hostis e pouco favoráveis, mas não deixam de ser, por outro lado, extremamente desafiadores.

“Crises são cíclicas e fazem parte do dia a dia dos executivos, considerando um mundo totalmente globalizado e dinâmico. A diferença é que há algum tempo, até a década de 90, um executivo era demandado a lidar com problemas emergenciais e cenários mais ‘domésticos’, sendo eles favoráveis ou não. E atualmente há uma demanda por líderes com visões mais sistêmicas, focados em impactos de médio e longo prazos, e altamente adaptáveis.

Daniella Cançado ressalta que encontrar profissionais com domínio gerencial é, de fato, um problema no mundo todo. “Identificar pessoas boas e de qualidade é tarefa de grandes lideres que contratam as melhores consultorias especializadas nesses serviços no mundo para assessorá-los. O Brasil tem um volume baixo de profissionais realmente qualificados – com vivência internacional, domínio de outros idiomas, forte formação acadêmica e competências gerenciais bem desenvolvidas, por isto a importância de investir em processos de seleção de qualidade e altamente especializados”.

Com mais de 26 anos de experiência no setor de exportação, o executivo Giovanni Grossi compartilha da opinião da consultora. Segundo ele, o Brasil conviveu com pouca turbulência na última década, o que pode ter provocado a formação de lideranças menos preparadas para estes cenários, o que não significa que sejam mal qualificados. Mas, ele ressalta, “se a organização tem planos de longo prazo, certamente contratará um executivo. A decisão pode ser mais lenta, mas acontecerá”.

Já o executivo Ernesto Aciar também acredita que existam profissionais altamente qualificados, porém ele considera que esses executivos são pouco experientes para lidar com a crise atual. “Uma crise que se prolonga no tempo, como a que estamos vivendo, requer profissionais que logrem reinventar a empresa em períodos muitos curtos, sem perder de vista o futuro, a empresa e estar bem posicionado com os acionistas. Infelizmente, para esta crise, as empresas se deparam com a falta de preparo dos executivos para enfrentá-la, já que a formação existente é para o crescimento sustentado e crises de curto prazo”.

Carreira solo como alternativa

Atuar como consultor ou executivo interino tem sido alternativas à contratação, como atestou pesquisa divulgada pela Folha de S. Paulo. Segundo o estudo, cerca de 15% dos trabalhadores temporários contratados atualmente são executivos com salários entre R$ 10 mil e R$ 80 mil. Mas atuar em carreira solo, pode ser uma decisão arriscada para quem não tem o perfil.

De acordo com Ernesto Aciar, ser consultor requer habilidades e “olfato” que não são geralmente desenvolvidos na vida corporativa. “Não somos treinados para ser ‘caçadores’ no bom sentido. Falar de ‘hands-on’ numa corporação é uma coisa e na vida de um consultor é bem diferente. Tem que ser uma escolha bem pensada e testada no campo antes de executar esse caminho”, observa.

Giovanni Grossi destaca que realmente o grande desafio para os executivos está na adaptação ao novo modelo, mas que profissionais com excelência na área acadêmica e negócios têm uma grande oportunidade de contribuir como consultores através de seus conhecimentos. Normalmente os consultores, em grupos de dois ou três, estão se unindo para uma melhor complementariedade de soluções ao mercado.

Para o executivo que vislumbra a carreira solo, Daniella indica investir no desenvolvimento de networking, mídias sociais e ser um profissional exemplar no sentido de cumprir com tudo o que foi estabelecido. Para se diferenciar, é preciso se esforçar genuinamente e ter foco, canalizando a energia de forma assertiva. O interesse pelo desenvolvimento de pessoas, a abertura para ouvir e considerar pontos de vistas e ideias atrelados à capacidade de formar sucessores é também uma das características muito valorizadas quando uma organização busca por um líder.

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