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Executivos buscam atualização digital

O otimismo dos executivos em relação ao mercado de trabalho está abalado. Globalmente, menos da metade (40%) está mais otimista neste ano na comparação com 2015. Um terço (33%) não espera mudanças e 27% estão menos otimistas. Na América Latina os dados são ainda mais desanimadores: 52% estão menos otimistas em relação ao mercado de trabalho em 2016 . As informações são de uma pesquisa da Association of Executive Search (Aesc) feita com 837 executivos com cargos de diretoria, vice-presidência e presidência, em 75 países.

“Nos resultados da América Latina é preciso separar México, Colômbia e Chile que fizeram a aliança do Pacífico e estão com um bom crescimento econômico”, explica Adriana Prates, membro do conselho das Américas da AESC e presidente da Dasein Executive Search. “Brasil, Argentina e Venezuela, por outro lado, estão em outra situação, mas como são muito representativos na região deixam o pessimismo evidente.”

Esse desânimo tem feito com que executivos do alto escalão sigam buscando diferentes tipos de capacitação para se manterem relevantes para o mercado. A pesquisa mostra que a segunda opção mais buscada é o treinamento digital e em mídias sociais. “Executivos que hoje ocupam cargos mais seniores nas empresas não nasceram no meio digital e não são como os jovens que têm facilidade para se adaptar”, afirma André Freire, ex-presidente da consultoria de recrutamento Odgers Berndtson e atual ‘managing partner’ da Exec.

Em busca de inovações e tendências, Carlos Borges, 39, vice-presidente de estratégia e planejamento da SapientNitro, agência de publicidade do Publicis Group, acaba de voltar do festival South by Southwest (SXSW), que acontece anualmente nos Estados Unidos. O evento reúne vanguardistas da música, do cinema e de tecnologia e, com isso, revela as tendências do momento. O festival ficou famoso por ter sido o lugar onde o Twitter se popularizou.

“Ir ao SXSW é importante porque, em função da diversidade de pessoas e áreas cobertas pelo evento, você pode ver seus problemas sobre outras perspectivas”, afirma Borges, que já foi a três edições do festival. “Você sai de lá com um novo ‘mindset’.”

Borges cita como exemplos duas palestras que assistiu. Uma delas foi a do diretor de marketing do site de notícias BuzzFeed, Frank Cooper. Considerada uma empresa inovadora, ela é famosa pelas listas que publica e que alcançam audiências relevantes. Na palestra, Cooper falou da importância de se criar um conteúdo autêntico, que valoriza a espontaneidade.

Em outra apresentação, o diretor do mais recente filme da saga Star Wars, J.J. Abrams, discutiu a relação da tecnologia com a história do filme e como ela interfere na narrativa. “A tecnologia nos ajuda, sim, a contar histórias, mas a mensagem que tirei da palestra é que, se a história não for interessante e humana e não trouxer empatia com o espec tador, a tecnologia não ajudará muito”, diz Borges.

Além de assistir grandes palestrantes, estar no SXSW permite aos participantes ter contato, em primeira mão, com aplicativos e tecnologias que serão discutidos daqui para frente. “Você vê tendências e entende para onde as coisas vão”, diz Borges. Isso, segundo ele, ajuda a saber onde é preciso prestar atenção nos próximos meses. “Na parte prática, ajuda a encorpar nossas discussões com clientes e separar o que é comercialmente viável do que não é.”

Para Adriana, da Aesc, compreender os avanços da tecnologia e o ambiente digital não é algo opcional para os executivos – mesmo os mais seniores. “Assim como sempre foi necessário saber de finanças e administração, hoje é preciso entender um pouco de tecnologia para definir a estratégia de um negócio”, afirma a headhunter.

Para Freire, mesmo quem trabalha em um segmento mais tradicional precisa se atualizar em relação à tecnologia e inovações – ainda que não vá pôr a “mão na massa” com o conhecimento adquirido. “Muitas pessoas acham que só quem atua diretamente com a tecnologia terá que se capacitar nisso, mas não é assim”, diz.

Ele cita dois exemplos: o “big data”, que está entrando em todos os setores, e a disrupção causada por startups em mercados extremamente tradicionais – como o Uber no segmento de transporte de passageiros. “É preciso entender que existem tecnologias que podem mudar o mercado como um todo e o executivo precisa ter noção do que está acontecendo.”

Gerente de marketing da Equinix, Ilana Trinkenreich, 34, sabe que o mercado em que atua está em constante evolução. Por isso não fica muito tempo longe da sala de aula. Um dos cursos recentes que ela fez foi de métricas de marketing digital na Kellogg School of Management, da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos. Com duração de uma semana, o programa tinha 12 horas de aula por dia. “Queria buscar experiências do exterior para aplicar aqui”, diz Ilana.

O marketing vem passando por mudanças significativas com o avanço da tecnologia e das mídias sociais. Hoje há um foco grande no marketing digital. “Acho importante me manter atualizada e a empresa onde trabalho estimula isso.” Segundo Ilana, o item educação é tão cobrado quanto qualquer outro aspecto na avaliação de
desempenho periódica dos funcionários. “A capacitação constante é uma cultura forte na empresa.”

Depois do curso na Kellogg School of Management, Ilana fez outro ano passado: o Rock in Rio Academy. Organizado pela escola de negócios HSM, o programa de desenvolvimento executivo proporcionou aos participantes uma imersão em gestão de negócios partindo de um caso brasileiro que virou referência global, o festival Rock in Rio.
“Participei do curso para tentar buscar alguma inovação do setor de música que eu pudesse aplicar no segmento em que trabalho”, explica Ilana. Além do treinamento digital e em mídias sociais, o levantamento da Aesc mostrou que os executivos também vêm buscando coaching e MBA.

*Por Adriana Fonseca – Jornal Valor Econômico

*Matéria disponível em: https://bit.ly/27at2iR

 

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