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É UMA CILADA?

Em meio a centenas de opções, escolher um coach que realmente faça um bom trabalho não é tarefa simples. Aprenda como fazer essa seleção e se proteja dos picaretas.

*Por Tamires Vitorio, revista Você S/A

Ao pesquisar a palavra “coach” no Google, surgirão 907 milhões de resultados – muito acima da busca por “vaga de emprego”, que tem mais de 61 milhões de resultados. O alto número de arquivos sobre o assunto não é à toa. Esses profissionais se proliferam no mundo e no Brasil. Por aqui, de acordo com a International Coach Federation (ICF), nos últimos cinco anos a quantidade de associados saltou de 150 para 650 — e existem centenas de outros treinadores que não fazem parte da instituição. “Temos uma série de exigências para que alguém se associe. Uma delas é um mínimo de 60 horas de treinamento comprovado em coaching e hora prática remunerada para cada nível de credencial que temos”, diz João Luiz Pasqual, presidente da ICF no Brasil.

O problema é que muitos dos que se dizem coaches não exercem o trabalho correto da função. “Como houve a banalização do termo, há dúvidas sobre para que e para quem, afinal, serve esse instrumento. Isso muitas vezes gera expectativas equivocadas e frustradas”, afirma Vicky Bloch, sócia da Vicky Bloch Associados e professora nos cursos de especialização em RH na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e na Fundação Instituto de Administração.

Por isso, antes de embarcar de vez no coaching, entenda se essa é a solução ideal para seu problema. Em alguns casos, dá para resolver a questão conversando com mentores, colegas e chefes. Em outros, a transformação pessoal necessária é tão complexa e profunda que, em vez de um treinador, o indicado seria contratar um psicólogo. Afinal, o trabalho de um coach é bem específico: ajudar uma pessoa a encontrar a solução para um problema relacionado à carreira durante um número determinado de sessões. Quem foge disso pratica outro tipo de aconselhamento e muitas vezes, prejudica seus clientes.

Foi isso que ocorreu com Fabian Seabra quando ele era diretor de RH de uma empresa alimentícia em 2016. Na época, ele buscou um coach por causa de problemas de relacionamento com seus colegas no emprego. Mas, depois de dez sessões e do gasto de cerca de 10.000 reais, ele não estava satisfeito. “Eu falava sozinho praticamente. Meu coach agia mais como um psicólogo – perguntava como eu me sentia, como eu pretendia resolver meu problema, mas não me ajudava a traçar nenhum plano de ação”, afirma Fabian. No décimo encontro, ele abriu o jogo: as sessões não haviam funcionado e o método utilizado era ineficaz. “A sugestão que ele deu foi aumentar a quantidade de sessões. Não quis. Joguei fora tempo e dinheiro.”

Para não entrar em ciladas como essas, recomenda-se tomar alguns cuidados durante a escolha do profissional contratado para esse tipo de serviço. Ficar apenas aconselhando não é o comportamento que se deve esperar. “Essa coisa de mestre da montanha que dá inúmeros conselhos é um papel válido, mas não é o que o coach deve fazer. Deve-se conduzir um processo de descoberta para que o cliente não seja induzido a tomar determinada decisão”, afirma Rebeca Toyama, coach de liderança e fundadora da academia de Coaching Interativo.

Investigação prévia

Só encontra o coach ideal e se protege de picaretas quem está disposto a gastar algumas horas pesquisando sobre o prestador de serviço. Como não existe um órgão que regulamente a profissão, peça indicações para amigos, chefes (e ex-chefes), colegas de trabalho e, também, para o departamento de recursos humanos de sua empresa. O boca a boca, nesse caso, vale ouro. “O bom coach tem a adesão de mais de 90% das pessoas porque sabe selecionar qual cliente se encaixa melhor com seu modo de atuar”, diz Adriana Prates, CEO da Daisen, empresa de recrutamento e seleção.

Com as indicações à mão, selecione alguns profissionais para fazer uma pesquisa aprofundada. Aja como um repórter: olhe o Linkedln, as redes sociais e busque o nome deles no Reclame Aqui. Verifique também a trajetória dos treinadores – afinal, eles darão aconselhamento de carreira a você. ‘‘O coach deve ter tido um crescimento sustentável, chegado a posições relevantes, com aprendizado contínuo”, afirma Luiz Carlos Cabrera, professor na Escola de Administração de Empresas da FGV-Eaesp e diretor na PMC Panelli, Mota, Cabrera & Associados.

Lembre-se de checar sites de órgãos respeitados, como a ICF e a Associação Brasileira de Coaching, e verificar os treinamentos que cada coach fez. E tome cuidado com os cursos de curta duração. “As pessoas começaram a criar uma série de treinamentos e acham que, em 24 horas, estão aptas a fazer coaching. O ideal é que os cursos durem de 80 a 120 horas”, diz Denise Dutra, coordenadora do MBA de desenvolvimento de gestores da Fundação Getúlio Vargas.

Deu match

Depois de toda a jornada online, marque uma conversa presencial com seus pré-selecionados. Nesse momento, garanta que eles não cobrem pelo primeiro encontro. Se alguém agir de outra maneira, desconfie. Coaches sérios recebem a cada sessão e não cobram caso o cliente desista no meio do caminho.

Durante o primeiro contato, disse o método a ser aplicado. “Peça uma descrição explícita da metodologia, com o programa e explicação do que deverá ocorrer nas reuniões. Senão, vira uma conversa de bar”, diz Cabrera. Por isso, não tenha pudores: pergunte tudo, o número de sessões, a duração de cada uma delas e como a discussão será conduzida. Entre, inclusive, em detalhes mais pessoais. Saber se seu coach recebe mentoria, terapia ou se ele também tem um treinador faz diferença. “Um bom coach está sempre preocupado com o próprio equilíbrio e mantém esse tipo de acompanhamento”, afirma Rebeca. No final da conversa, peça ao profissional que lhe dê indicações de pessoas ou empresas com quem trabalha ou já trabalhou. Ao entrar em contato com essas indicações, você vai entender o estilo do coach e descobrir se ele é bom para sua necessidade.

Assim como no futebol, para cada time existe um técnico ideal. Com todos esses cuidados, evita-se que à beira de seu gramado esteja um treinador que não entenda nada do riscado e faça com que você só cometa gols contra.

FONTE: matéria originalmente publicada na revista Você S/A –  edição agosto 2018.

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