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A era da mobilidade ou como lidar com a revolução digital nas empresas

Hoje, na era da mobilidade, aplicativos e redes sociais substituem jornais impressos, agendas, telefonemas e reuniões presenciais. A forma de trabalhar não é mais a mesma, o jeito que as pessoas se comportam e se relacionam também não é mais o mesmo. Sem dúvida, os caminhos são mais amplos, fluidos e promissores, mas são poucos os estudiosos que se arriscam em um diagnóstico, eles preferem convergir os olhares para a seguinte investigação: como as empresas e profissionais estão se adaptando?

Para a coach Ana Cristina de Boer Canto, diretora da Choicest Consultoria, a forma de adaptação varia muito de acordo com a cultura da empresa. “Aquelas com gestão moderna têm líderes que geralmente estão atentos a estas mudanças. Percebe-se hoje que a maioria não tem mais bloqueado o Facebook ou Instagram nos computadores de seus colaboradores, pois sabem que todos podem utilizar essas mídias sociais em seus smartphones. As organizações com essa linha de gestão têm procurado, cada vez mais, focar na entrega do resultado e não no controle”, sublinha.

Já nas organizações com gestão e cultura mais conservadora, a especialista ressalta que há certa dificuldade das lideranças em entenderem esta explosão de tecnologia e necessidade de conexão. “Com o tempo elas vão ficando para trás, assim como os líderes refratários que acabam sendo substituídos. Está se extinguindo os espaços para aqueles que ainda apreciam a calmaria de um ambiente com baixo nível de troca e onde o monopólio da informação é sinônimo de poder”, ressalta a especialista.

De acordo com a pesquisa “Barômetro da Informação”, realizada pela GE com quase 2.800 CEOs e mais de 1.300 formadores de opinião de 23 países, de modo geral, os entrevistados consideram que as novas tecnologias geram impactos positivos para o trabalho e apenas 22% deles a enxergam como negativa. Quase a maioria (48%) acredita que a revolução digital criará novos tipos de trabalho; e 43% vêm a tecnologia como algo que deixará os processos mais eficientes e menos desgastantes (robôs poderão substituir o homem em funções inseguras e custosas, por exemplo).

O digital e suas mudanças estruturais

De acordo com o diretor da Dasein Executive Search, Daniel Rezende, o crescimento vertiginoso da internet e suas ferramentas modificou não só a forma das pessoas se relacionarem, mas como elas fazem negócios. “A web formatou um mundo totalmente conectado e a partir disso muitos modelos de negócios foram criados, aperfeiçoados e até mesmo extintos. São avanços que promoveram e continuam a promover uma grande transformação na área social, profissional e pessoal”, diz. Os ambientes virtuais, por exemplo, serão uma realidade no negócio e as empresas não necessariamente terão que ter uma estrutura física ou local de trabalho comum para onde as pessoas devam se deslocar. “Mais e mais pessoas vão trabalhar em escritórios domésticos ou em escritórios compartilhados e vão se conectar com os outros virtualmente”, ressalta.

Segundo ele, a tecnologia é apenas um dos aspectos que fará as empresas se adaptarem a uma nova realidade, o outro, extremamente relevante, é a influência exercida pelas novas gerações, sobretudo aquela conhecida como Millennials. “Eles são diferentes de qualquer outra geração de jovens. São mais numerosos, mais instruídos e, importante, estão começando a manifestar uma grande variedade de hábitos sociais positivos antes não associados à juventude, incluindo um novo foco no trabalho em equipe, capacidade de realização e uma boa conduta”, explica.

Daniel Rezende diz que esse grupo representa o maior segmento de clientes e funcionários e estão prestes a ser os maiores empresários. “Eles vão gerar um profundo impacto nas empresas, impactos positivos ao meu ver”. Mas o comportamento e expectativas desses jovens deverão ser bem entendidos e levados em consideração pelos atuais executivos e suas empresas, de forma que possam atrair, reter e engajar os melhores talentos e para que a partir daí reinventem seus negócios e continuem alcançando o sucesso neste novo mundo que se estabelece.

A coach Ana Cristina de Boer Canto também chama a atenção dos executivos e reforça que eles entendam quais os ganhos e perdas terão ao se manterem desconectados dessas mudanças. “Sugiro que eles façam uma reflexão e um plano de ação para que extraiam o que as tecnologias e novos comportamentos têm de melhor e como podem beneficiar o seu trabalho. É imprescindível estar atento, pois, no mundo corporativo, estamos vivendo, à duras penas, a transformação da cultura do individualismo para a cultura do compartilhamento”.

Para a especialista, o novo paradigma – conhecimento e informação só se tornam poder quando compartilhado – é condição para continuar crescendo como profissional e para a sustentabilidade dos negócios. “O líder do futuro não será, necessariamente, reconhecido pelo alto grau de expertise e desenvolvimento em determinada área, mas por sua habilidade de criar a cultura da colaboração e da contribuição e por isso a importância de usar todos os recursos tecnológicos disponíveis em prol da agilidade e troca do conhecimento/informação”.

Proximidade com clientes e colaboradores

Entender o comportamento e hábitos do cliente/consumidor final talvez seja uma das grandes sacadas no uso das redes sociais. De acordo com Ana Cristina, algumas empresas automobilísticas (montadoras), por exemplo, usam o Facebook ou Instagram para “ouvir seus clientes finais” e eliminar intermediários neste processo de comunicação e feedback direto, que antes era todo feito entre concessionária e cliente. “Elas conseguiram com as mídias sociais eliminar este intermediário e ouvir a informação de forma direta e com menos ruídos. Isso possibilita maior proximidade.

Para Daniel Rezende, como o mundo das redes sociais se baseia em construir relacionamentos, as empresas e seus executivos realmente têm que fazer um esforço para compreender o que atrai e move seus clientes e também seus colaboradores. “Para os executivos, adaptar seus negócios e estilos de liderança, na forma de se relacionar com clientes, funcionários e à comunidade como um todo, será obrigatório para manter o sucesso de suas empresas. Isso determinará se a empresa permanecerá no mercado ou se irá desaparecer”.

Como as empresas estão se adaptando?

De olho nas tendências, algumas organizações readequaram departamentos inteiros (sobretudo aqueles ligados à comunicação e marketing) e deram mais ênfase a outros, com foco em social media. A força da mídia audiovisual na internet fez até com que organizações criassem um time exclusivo de marketing no YouTube. Esse, sem dúvida, é um forte sinal de atenção das empresas para os novos tempos, mas segundo Ana Cristina, não são todas as empresas que investem em novos departamentos. Ela relata que um comportamento bem comum é a criação de grupos entre equipes na mais popular mídia de bate-papo de nossos tempos: o WhatsApp. “Praticamente todas as empresas têm grupos nessa rede social. Eles são divididos por cada área, equipe, e isso agiliza a informação, que antes era realizada por telefone ou e-mail e a tornava bem mais lenta, a partir do momento que nem sempre era possível ser atendido de imediato”.

A coach sublinha que é uma ferramenta que agiliza o compartilhamento de informações, divisão de tarefas, agendamento de reuniões e faz com que a mensagem chegue da mesma forma para todos, além de ter custo menor e possibilitar saber quem já leu ou não o que foi transmitido. De acordo com ela, é notório que as novas mídias também impulsionaram a troca de áudios e teleconferências que antes só poderiam ser feitos dentro da organização com equipamentos de última geração. “Hoje em dia os executivos conseguem fazer isso pelo próprio smartphone independente do lugar físico que se encontram, utilizando ferramentas como skype ou facetime”.

É importante que as empresas reflitam também sobre o lado negativo dessas ferramentas, aconselha Ana. As novas tecnologias fazem com que as pessoas, principalmente aquelas da geração Y e Z fiquem mais dispersas com tantos recursos disponíveis em apenas um clique em seus smartphones. “Vários executivos já reconhecem que o WhatsApp ou outras tecnologias lhe deixam mais presos e conectados ao trabalho, prejudicando a entrega total para família, mesmo em finais de semana ou até durante as férias”.

 

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